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Como Roger Waters pretende combater Donald Trump
26.02.2017 às 10h00
O músico, que tem sido uma das vozes mais críticas do novo Presidente dos E.U.A., irá editar um novo álbum em breve
É Roger Waters quem o diz, em entrevista à Rolling Stone: "Não existe um 'nós' e um 'eles'", em referência a uma das canções mais famosas dos Pink Floyd e a um discurso de Barack Obama, ex-Presidente dos Estados Unidos, após as últimas eleições. "Somos todos seres humanos e temos a responsabilidade de nos apoiarmos uns aos outros, tirar o poder às muito poucas pessoas que controlam todo o dinheiro e a propriedade".
Esta ideia de que estamos, seres humanos, todos juntos pela mesma causa será uma das principais temáticas da próxima digressão do músico pelos E.U.A. e Canadá, intitulada Us + Them, e que será composta por material antigo (incluindo dos Pink Floyd) e novo, estando o músico a preparar o lançamento de um novo álbum, Is This The Life We Really Want?.
Na mesma entrevista, o músico voltou a criticar as políticas de Trump, nomeadamente o aumento do investimento nas forças militares do país. "Os Estados Unidos têm forças armadas superiores ao resto do mundo, e ele quer gastar os vossos recursos - e os meus, visto que pago impostos nos E.U.A. - para as aumentar ainda mais", disse.
A digressão Us + Them, que Waters pretende que seja "um exercício de resistência", arrancará no final do mês de maio. "Temos de organizar o nosso amor de forma a que esta digressão seja potente e poderosa o suficiente, para que consiga resistir ao narcisismo, à ganância e à falta de empatia", esclareceu, acrescentando: "É a falta de empatia que cria um sociopata como Donald Trump".
Apesar de tudo, Waters vê em Donald Trump uma oportunidade. "Ele pode ser o catalisador. Pode ser que dê origem a um enorme movimento de resistência, e que as pessoas dos E.U.A. e do resto do mundo digam 'não, esta não é a vida que queremos'", disse.
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